Realidade x ficção
A nova moda de Literatura dos jovens, sagas, vampiros, bruxos, magia, pode preocupar por serem temas muito fora da realidade, e a cabeça de quem lê fica viajando por um mundo irreal e que pode mostrar-se muito melhor e mais interessante que o nosso mundinho...
Afinal qual jovem não tem vontade de transformar a vida de viver algo diferente, de ter aventuras...
Então vou postar abaixo alguns comentários de médicos e psicólogos sobre o efeito desta literatura nos jovens.
A estudante Aline Finatti disse que sentiu um vazio quando terminou de ler o último livro da saga Harry Potter. “Eu chorei muito quando eu li o último livro, porque parece que está faltando alguma coisa. Não vai ter mais nada. Porque a gente sempre procura saber se vai ter e não vai”, contou.
Esse comportamento poderia então ser considerado positivo ou negativo? Para a hebeatra Mônica Mulatinho, o importante é não romper com a realidade totalmente e só querer “evadir”, fugir do dia a dia o tempo todo. “Aí pode ser sinal de que a realidade pode estar muito insuportável. Mas embarcar apaixonadamente acho até interessante, pois poucas vezes os jovens vão ter tanto prazer em fazer algo. E principalmente no que toca a literatura”, afirmou.
Segundo a médica, se a leitura for constante, indicando que o cotidiano está desagradável, nesse momento, os adultos têm que ajudar. “Ajudar a voltar [para o real] e cumprir os deveres. Porque o mundo não para por causa de ‘Crepúsculo’!”, alertou.
O hebeatra Paulo César Ribeiro é da mesma opinião e vê as sagas pelo lado otimista. “Se esse conteúdo está estimulando a criatividade e não está prejudicando o adolescente, isso é valido. Igual às antigas histórias das crianças, quando viviam num mundo imaginário que era positivo, estimulava a criatividade e a esperança”, declarou.
Segundo Ribeiro, as sagas de livros podem até mesmo ser utilizadas pelos adultos como modo de aproximação dos adolescentes e mesmo como meio educativo. Os pais e professores, por exemplo, podem acompanhar a leitura e conversar sobre os assuntos tratados nas obras. “É uma maneira de refletir com os adolescentes sobre aquelas questões.”
Essa atitude pode também excluir os comportamentos negativos que as sagas podem trazer, como a total fuga do dia a dia. “[A ação] busca fazer com que os adolescentes retornem à realidade da vida. [As sagas] já são um recurso positivo e os adultos podem torná-la mais ainda. Se for negativo, podem comentar e reverter a situação”, apontou Ribeiro.
A utilização das sagas como modo de educar e debater com os jovens é uma alternativa interessante no mundo atual. Segundo o hebeatra, isso poderia até antecipar problemas. “Porque não existe mais a possibilidade de censurar, já que o jovem vai ver isso na casa dos amigos e em outros lugares. Então é importante falar sobre os temas”, concluiu.
A psicopedagoga Silvia Colello também acredita que essas sagas são importantes na formação dos adolescentes. Segundo ela, esse tipo de livro aproxima o jovem da leitura por vínculos positivos. “Temos que comemorar jovens querendo ler. Você não pode esperar que o jovem se encante por Machado de Assis. É preciso percorrer uma trilha literária e esses livros servem para o jovem aprender a gostar de ler.”
Os adultos também são fãs
Apesar das sagas serem escritas para um público adolescente, elas acabaram conquistando jovens adultos que se permitem sonhar.
Outro “cosplayer” que também acha que o misticismo da história atrai os mais jovens é o arquiteto Marco Vortex, de 27 anos. Ele interpreta o vampiro Carlisle Cullen em eventos do fã clube que faz parte, o Twilight Univeral. “Os jovens se identificam com os personagens do livro porque eles estão passando pelas mesmas coisas. Tudo em um mundo fantasioso, misterioso”, afirmou.
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